Devido aos debates em torno da cloroquina no tratamento da Covid-19, a Sociedade Brasileira de Pediatria fez um alerta sobre o uso dessa medicação em crianças e adolescentes. A entidade divulgou, no final de maio, um parecer científico sobre o assunto.
Elaborado pelo Departamento de Infectologia da SBP, o documento ressalta que – até o momento – não há evidências científicas da segurança e eficácia deste medicamento nos pacientes (adultos e pediátricos) com o novo coronavírus. A Sociedade informa que o uso deve ficar restrito às pessoas incluídas em estudos clínicos controlados, com a devida autorização de pais ou responsáveis.
A SBP ainda chamou a atenção para o fato de que algumas pesquisas com o remédio terem sido consideradas inconclusivas. Elas tiveram que ser interrompidas devido ao aumento dos óbitos por causa das altas doses no tratamento.
Outro ponto destacado no posicionamento foi com relação aos efeitos colaterais da medicação. Dentre os principais eventos adversos estão: arritmias cardíacas; efeitos cardiovasculares; cardiomiopatia e paradas cardíacas; alterações gastrointestinais; distúrbios visuais; cefaléia; convulsões; entre outros.
Confira o parecer no link.
Sobre a cloroquina/hidroxicloroquina
No Brasil, a medicação é liberada pela ANVISA e indicada para o tratamento e prevenção de doenças como malária, amebíase hepática (em combinação com outros fármacos), artrite reumatóide e lúpus.
A possibilidade de ser utilizada como terapia para a Covid-19 surgiu, em março, após a publicação de um estudo da Universidade de Medicina de Marselha (França). Porém, a pesquisa sofreu alguns questionamentos das sociedades médicas, como o número reduzido de pacientes (30 pessoas) observados. Por isso, diversos outros estudos estão sendo necessários para confirmar a eficácia e segurança da medicação.