3. ACOMPANHAMENTO DOS NÍVEIS TENSIONAIS EM POPULAÇÃO PEDIÁTRICA

Autor:Souza L.S.G.; Silva E.L.; Nascimento C.; Kaufman A.; Leite M.F.M.L.P

Liga de hipertensão arterial da UNIGRANRIO. Duque de Caxias.
Introdução: Para o diagnóstico de hipertensão arterial sistêmica (HAS) são necessárias 3 aferições da pressão arterial (PA) acima do percentil 95 (P95) para idade, sexo e altura, em 3 ocasiões diferentes. Valores no P90 são considerados PA normal alta e colocam estes pacientes sob vigilância quanto ao desenvolvimento futuro de HAS. Situações adversas no momento da consulta podem alterar os valores da PA numa única aferição. Objetivo: avaliar possíveis situações responsáveis por PA > P90 na primeira consulta ambulatorial de crianças e adolescentes e avaliar sua evolução nas consultas subseqüentes. Material e Métodos: revisados prontuários de 188 pacientes de 3 a 20 anos de idade com PA acima do P90 na primeira consulta ambulatorial. Analisados fatores que pudessem influenciar os níveis tensionais durante a consulta, número de aferições subseqüentes e valores encontrados nestas aferições. Resultados: idade média 8a +/- 4,38a, sendo 98 femininos (52 % ). Os fatores foram: asma 12; hipertensão intracraniana 1; corticoterapia 1; drogadição 1; doença renal 8, doença endócrina 5, obesidade 10; hipertensão especifica da gravidez 1; infecção aguda 19; contraceptivo oral 1; infecção na pele 4, provável erro na aferição 12 e nenhum fator identificável 113. Houve 2.ª consulta em 84 pacientes (44%) e nova aferição da PA em 54, sendo 42 com PA abaixo do P90. Houve terceira aferição da PA em 11 e 2 foram considerados hipertensos. A identificação pelo examinador de que os valores da PA sistólica estavam alterados ocorreu em 10 pacientes, 4 valores > 140 mmHg e 6 > 118 mmHg. Conclusões: é fundamental a aferição da PA de rotina todas as consultas pediátricas. Situações como doença aguda e medo (HAS do jaleco branco) podem alterar a PA, devendo esta ser aferida nas consultas subseqüentes para confirmar o diagnóstico de hipertensão arterial ou PA normal alta. O uso das tabelas com valores pediátricos de PA é essencial para que valores considerados normais para o adulto não sejam confundidos com aqueles normais para as crianças e adolescentes.

Fonte:Revista de Pediatria SOPERJ – Ano 4 – nº 1 – Janeiro a Junho de 2003