CONGRESSO DE PEDIATRIA NO RIO ALERTA PARA IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO PRECOCE DO CÂNCER INFANTIL

Doença responde por 7% das mortes de crianças e jovens, mas cura é possível em até 70% dos casos

Cerca de 12 mil crianças serão diagnosticadas com câncer, no Brasil, em 2016 e 2017. O câncer infantil é a principal causa de morte por doença entre crianças e adolescentes, de 1 a 19 anos, em todas as regiões do país, com participação de 7% do total dos casos. E esse será o alerta da pediatra Flávia Vasconcellos, no XII Congresso de Pediatria (CONSOPERJ), organizado pela Sociedade de Pediatria do Estado do Rio de Janeiro, entre os dias 10 e 12 de outubro, no Centro de Convenções Sul-América, no Centro do Rio de Janeiro.

Flávia Vasconcellos tem experiência em oncologia pediátrica e fará uma conferência sobre a importância do diagnóstico precoce no dia 12. Entre outros assuntos vai abordar os fatores de risco da doença, o comportamento biológico e as particularidades do câncer infantil, quais os sinais e sintomas de alerta e como o pediatra deve proceder diante de uma criança com diagnóstico ou com suspeita de câncer. “É fundamental conscientizar da importância do diagnóstico precoce e do papel do pediatra no processo, pois muitas vezes será ele o médico que fará esse diagnóstico. E vamos alertar, também, para as diversas apresentações do câncer infantil”, diz a oncologista pediátrica.

Segundo Flávia Vasconcellos, “não existe uma causa definida para a maioria dos cânceres infantis”. Ela explica que algumas síndromes genéticas, como a síndrome de Down e a Neurofibromatose, estão associadas a um maior risco de desenvolvimento de câncer na infância. “Mas nenhum fator de risco externo foi, até momento, comprovadamente associado”, ressalta.

Ela destaca que “os cânceres infantis, quando no início, são facilmente confundidos com patologias comuns benignas em crianças. O diagnóstico precoce, então, identifica uma doença menor, num estágio mais inicial, que pode reduzir a quantidade de tratamento, diminuir a morbidade e melhorar a qualidade de vida. Tudo começa com a suspeição do diagnóstico. A combinação de uma boa história clínica, com exame detalhado da criança e exames complementares assertivos, comprovam precocemente a doença”, salienta.

Estima-se que em torno de 70% das crianças acometidas de câncer podem ser curadas, se diagnosticadas precocemente e tratadas em centros especializados. Baseado nestes dados, a oncologia pediátrica, atualmente, investe não só na cura, como na boa qualidade de vida após o tratamento. “Por isto o diagnóstico precoce é tão importante. Todo o mundo se volta para campanhas, para alertar pediatras, pais e toda sociedade para o câncer infantil. Este é o objetivo, por exemplo, da campanha Setembro Dourado, uma iniciativa mundial que tem o objetivo de alertar a toda população em prol da causa do câncer infantil. O diagnóstico precoce pode salvar vidas”, finaliza Flávia Vasconcellos.

O XII CONSOPERJ terá como tema central “Emergência”, e entre conferências, mesas redondas, painéis e fóruns, o evento terá cerca de 60 atividades. Segundo a presidente da SOPERJ, Isabel Rey Madeira, “o objetivo nesse XII CONSOPERJ é de nacionalizar o congresso, trazendo pediatras de outros estados. Além do tema central, Emergência, vamos abordar atualizações em temas clássicos de Pediatria, tradicionalmente uma marca do CONSOPERJ. E teremos como novidade seções interativas e as clássicas exposições de pôsteres e temas livres, com oportunidade para a troca de saberes”.