Dia da Infância

SOPERJ PEDE ATENÇÃO MAIOR AO DIA DA INFÂNCIA

Ao contrário do dia 12 de Outubro, data serve para debater situação das crianças

 O Dia da Criança é uma das datas mais festejadas pelo comércio, em razão do alto consumo de presentes. Mas para a Sociedade de Pediatria do Estado do Rio de Janeiro – SOPERJ, mais importante é o Dia da Infância, celebrado anualmente em 24 de agosto. Afinal, essa data serve para que sejam discutidas as condições socioeconômicas e educacionais que cercam as crianças em todo o mundo.

O presidente da SOPERJ, Edson Liberal, lembra que esse é o momento apropriado para se debater o trabalho infantil, a exploração sexual, a falta de acesso à educação, todos esses agravos precisam ser resolvidos para o desenvolvimento pleno da criança o que, diretamente, influi no desenvolvimento do país.

Para Anna Tereza Miranda Soares de Moura, Membro do Comitê de Segurança da SOPERJ, “o Dia da Infância não é conhecido ou comemorado, mas pode ser mais uma ocasião para a reflexão sobre questões importante, o que não acontece no dia 12 de outubro, quando é celebrada a alegria de ser criança, de brincar, sonhar e porque não, ganhar presentes. Mas parece que essa data não se propõe a uma reflexão mais aprofundada sobre “ser criança”, deixando de lado uma visão mais dura e realista da infância atual”, destaca a pediatra. Ela lamenta que “problemas antigos e crônicos permanecem, apesar de avanços pontuais nos indicadores de saúde. A sociedade permanece homofóbica, preconceituosa e com valorização de comportamentos que podem ser considerados minimamente duvidosos do ponto de vista ético. Ganha quem é mais esperto, forte e grita mais alto. O sucesso precisa ser imediato e individual. E as crianças crescem aprendendo estas mensagens, interiorizando valores fracos, minimizando a preocupação com o outro e percebendo o isolamento social que vai se criando ao seu redor”. Apesar disso, Anna Tereza festeja o Dia da Infância, “porque é mais uma data para a valorização da infância, o que é sempre bem vindo, mais uma data para refletir sobre a infância atual e a quem vem por aí”, completa.

Ser criança, com direitos fundamentais, está assegurado nos dez princípios estabelecidos pela Declaração dos Direitos da Criança, criada em 1959 pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Entre eles estão a “igualdade, sem distinção de raça, religião ou nacionalidade”; o “direito à alimentação, moradia e assistência médica adequadas para a criança e a mãe”; o “direito à educação e a cuidados especiais para a criança física ou mentalmente deficiente”; e o “direito a ser protegido contra o abandono e a exploração no trabalho”. Em 1989, mais um documento reforça essa questão: a Convenção sobre os Direitos da Criança, que “enuncia um amplo conjunto de direitos fundamentais de todas as crianças, bem como as respectivas disposições para que sejam aplicados.”

“Respeitar a infância é fundamental para todos nós”, reafirma Liberal. “É o período da vida em que assimilamos informações sobre o mundo em que vivemos, sobre as coisas básicas da vida. As experiências passadas na infância nos marcam para o resto da vida, e por isso a necessidade de provermos nossas crianças de todo o bem-estar, respeitando seus direitos”, completa o presidente da SOPERJ.

DB Press – Sergio du Bocage / Debora Meth
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