Dia dos Pais

Autor:Maria de Fátima Goulart Coutinho

“Não posso pensar em nenhuma necessidade de infância tão forte como a proteção de um pai”
Sigmundo Freud
O Decreto nº 24083 de 2 de Abril de 2004 instituiu o mês de agosto como “Mês de Valorização da Paternidade”, momento privilegiado para que possamos refletir a respeito do envolvimento dos homens no cuidado com crianças e adolescentes.
A ruptura da hierarquia doméstica a partir do movimento feminista desestabilizou a representação tradicional da paternidade. Formas alternativas de convivência familiar criaram possibilidades diferenciadas de manifestação da paternidade, não mais ancorada no poder econômico. Assim, o homem reinventa o seu papel e constrói a subjetividade de pai com uma nova postura.
Já se foi o tempo em que o pai chegava do trabalho e não dava atenção aos filhos. Hoje, há pais que desejam participar ativamente da vida dos filhos, embora ainda tenham dificuldades para mudar o padrão ultrapassado.
Todos sabem que é difícil assumir efetivamente a paternidade, mas é preciso saber que a “ausência paterna”, mesmo quando há presença física, pode favorecer o aparecimento de problemas de personalidade e dificuldades sociais.
A desvalorização da função paterna traz dificuldades para que pais assumam o lugar da lei, o papel de frustrar para permitir que as crianças organizem seus recursos internos, diminuindo a vulnerabilidade à dor. O papel de autoridade possibilita a interiorização de regras morais fundamentais para o convívio social e, o bom funcionamento de uma sociedade resulta da aceitação comum de normas ou leis impostas e/ou introjetadas, que sejam capazes de assegurar a permanência do vínculo ou laço social. No entanto, conjugar afetividade e capacidade de impor limites exige um equilíbrio entre permitir e proibir, sendo necessário mostrar firmeza.
Nos dias atuais, ser o herói para um filho significa dar segurança e afeto; significa ter conversa e escuta. O início precoce nos cuidados com o bebê evidencia a capacidade masculina de cuidar e de formar vínculos, propiciando uma interação afetuosa, além de aproximá-lo da companheira. Pais não nascem prontos; esse desenvolver acontece a partir do contato com o filho. Homens que participam não se sentem excluídos, pois até a companheira tem mais tempo para ele.
O período do nascimento de um filho é um momento de especial sensibilidade, o que deve ser aproveitado para a construção de vínculos afetivos duradouros e, o Pediatra tem um papel importante nessa construção, orientando para essa abordagem desde a consulta pré-natal.
Feliz Dia dos Pais!