Na Mídia: Presidente da SOPERJ e a importância da vacinação

Em artigo publicado na coluna de Opinião de O Globo Digital, Dr. Claudio Hoineff, presidente da SOPERJ, afirma que informações tendenciosas sobre o uso da vacina contra Covid-19 em crianças assustaram os pais e reduziram a imunização nessa faixa etária.

Dr. Claudio Hoineff alerta que, atualmente, no Brasil, é registrado o maior índice de óbitos pelo vírus da Covid-19 do que qualquer outra doença infecciosa que pode ser evitada com a vacinação.

O presidente lembra que esse comportamento dos pais poderá, no futuro, gerar um questionamento da própria criança sobre o uso de outras vacinas com consequências danosas para a saúde infantil.

Acesso para assinantes da publicação neste link – A íntegra do artigo no O Globo

Vamos vacinar as crianças
24/02/2022

Por Claudio Hoineff

Estamos perto de completar dois anos da pandemia causada pelo vírus da Covid-19. Nesse período, passamos por situações inéditas tanto na área da ciência médica quanto na convivência social.

O governo federal geriu mal a pandemia, seja pelo negacionismo constante, pelo atraso no início das imunizações e, mais recentemente, na protelação da vacinação das crianças, com argumentos tendenciosos. Estes serviram unicamente para assustar os pais e diminuir a adesão à imunização, tão importante nessa faixa etária.

Os consultórios e ambulatórios pediátricos foram bombardeados de dúvidas dos responsáveis pelos menores, numa situação jamais vista com qualquer outro imunizante ou medicamento aprovado pelas nossas agências reguladoras e com experiência mundial em diversos países. Tivemos que lutar contra tudo e contra todos para fazer prevalecer a ciência.

Na área da pediatria, os departamentos científicos de infectologia, saúde escolar e imunização, com renomados membros da nossa Sociedade de Pediatria do Estado do Rio de Janeiro (Soperj), vêm recomendando a vacinação em documentos científicos, posicionamentos escritos, lives e videoconferências.

É de extrema importância esse convencimento (que deveria ser natural, não fosse essa circunstância) no sentindo de imunizar nossas crianças. Hoje, no Brasil, temos o maior número de óbitos pelo vírus da Covid-19 do que qualquer outra doença infecciosa passível de prevenção com vacinas. O nosso índice de letalidade nas crianças internadas é aproximadamente dez vezes maior do que nos Estados Unidos.

A segurança da vacina foi atestada em diversos e rigorosos estudos clínicos realizados em diversos países. Os benefícios proporcionados pela imunização ultrapassam em muito os possíveis mínimos efeitos adversos. Nunca podemos esquecer que as vacinas protegem, e infecções matam. Não devemos temer a vacina, e sim a doença.

É importante ainda lembrar que a própria criança não vacinada poderá no futuro ficar desestimulada a usar qualquer outra vacina. “Por que esta sim e esta não?”, dirá. A dúvida leva a uma lacuna no seu calendário de vacinação, com consequências danosas para sua imunidade futura em doenças evitáveis.

Por isso, a Soperj, por meio de seus departamentos científicos e grupos de trabalho, recomenda que os pais não hesitem em vacinar seus filhos, seja com a Pfizer ou CoronaVac.

*Presidente da Sociedade de Pediatria do Estado do Rio de Janeiro