O Método BLW – Introdução alimentar

A introdução da alimentação complementar é uma fase muito importante na vida do bebê e, de acordo com as sociedades médicas, deve ser iniciada a partir dos seis meses. É uma etapa que pode trazer algumas dúvidas aos pais, que acabam buscando alternativas para tornar esse momento mais prazeroso para a criança. Neste contexto, surgiu o método BLW (Baby Led Weaning), que vem ganhando muitos adeptos no mundo.

A Sociedade Brasileira de Pediatria, inclusive, já abordou o assunto no Manual de Orientação do Departamento de Nutrologia, no qual destaca o processo de complementação alimentar não só no aspecto nutricional, mas também comportamental. Há publicações sobre a abordagem em pelo menos 15 idiomas e investigações científicas sobre a prática nos últimos anos. 

O método: prós e contras 

Criado por uma agente de saúde britânica, ele consiste no desmame guiado pelo bebê, com uma oferta de alimentos complementares em pedaços, tiras ou bastões. Os alimentos oferecidos ao bebê são pegos com as mãos, proporcionando mais autonomia a ele e interação com a comida na hora da refeição.

A SBP explica que um dos principais fatores da popularidade do BLW é exatamente o fato de estimular a individualidade da criança. No entanto, a instituição explica que na tradicional forma de complementação alimentar, com colher, essa individualidade também pode – e deve – ser incentivada.

A Sociedade ressalta que, desde o nascimento, o bebê está apto para regular sua fome e saciedade, e que isso pode ser observado durante a amamentação. Saber interpretar essa habilidade ajuda na amamentação, na complementação alimentar e na formação dos hábitos alimentares.

Outro ponto destacado pela entidade é que ainda não há comprovação científica sobre a prática. Ainda não existem estudos suficientes para afirmar que seja o melhor método de introdução alimentar. A Sociedade alerta, também, que é preciso ter atenção com algumas questões ainda sem respostas como:

  • Há impacto sobre o crescimento e o desenvolvimento da criança?
  • A ingestão de micronutrientes é suficiente?
  • Influencia a formação dos hábitos alimentares?
  • Influencia o comportamento dos pais ou cuidadores?
  • É um método de alimentação complementar viável para os pais?
  • É uma forma segura de alimentar os lactentes?
  • Há maior risco de engasgo e asfixia?

De acordo com a SBP, toda a forma de a criança interagir com a comida é válida e essa pode ser mais uma alternativa. Mas, é importante que os pais estejam ao lado do bebê e atentos à segurança na hora da refeição. A recomendação é que as refeições sejam em família, promovendo a interação da criança não só com o alimento, mas também com os familiares.