Saúde Escolar

DÉFICIT DE ACUIDADE VISUAL X RENDIMENTO ESCOLAR
gurgel f, Martins G, Podkameni G, Ferreira S, Silva D, Suenaga R.
Hospital Geral de Jacarepaguá – Rio de Janeiro
objetivo: Identificar escolares e adolescentes com problemas visuais, verificando a correlação existente entre problema visual e o rendimento escolar. método: O trabalho foi realizado numa escola pública municipal na cidade de Cajarí no Maranhão, durante o programa Universidade Solidária; dividido em três fases. A primeira fase destinou-se no treinamento dos profissionais e agentes comunitários de saúde a realizar teste de acuidade visual, utilizando a tabela de Snellen, na segunda fase foi aplicado um formulário com a identificação do aluno, existência de repetência e registro da acuidade visual. A terceira fase consistiu em encaminhar os alunos com déficit visuais inferior a 0.8 ao Oftalmologista. resultAdos: Foram avaliados 813 alunos com idade entre 6 e 19 anos, média de 12,7 anos. Destes 664 (81,7%) tinham acuidade visual acima de 0.8 e 118 (14,5%) com acuidade visual inferior a 0.8 e 31 (3,8%) não realizaram ou apresentaram algum erro de anotação. O número de repetentes foi de 314 (38,6%) e de não repetentes foi 499 (61,4%). Dos 118 alunos com acuidade visual inferior a 0.8, 42,4% foram reprovados. ConClusão: Uma boa acuidade visual é importante no desenvolvimento físico e cognitivo normal da criança, com um exame de triagem simples, que pode ser realizado por profissionais treinados, pode detectar precocemente alterações visuais. Concluímos assim, que a acuidade visual alterada pode influenciar no rendimento escolar.
DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM EM ESCOLARES DE MUITO BAIXO PESO AO NASCER: REVISÃO SISTEMÁTICA DA LITERATURA
rodrigues mCC, Mello RR, Fonseca SC.
Instituto Fernandes Figueira / FIOCRUZ
O número crescente de neonatos de muito baixo peso ao nascer egressos das unidades neonatais implica em maiores morbidades clínica e neurológica nesta população quando comparadas aos nascidos com peso normal ou a termo, dentre as quais se destacam as dificuldades de aprendizagem à idade escolar. O presente trabalho objetivou identificar uma associação entre muito baixo peso ao nascer e dificuldade de aprendizagem, através de revisão sistemática da literatura. A abordagem sistemática corroborou os resultados obtidos a partir de estudos da literatura: os escolares de muito baixo peso ao nascer ainda que intelectualmente normais apresentaram maior risco de evoluir com dificuldades de aprendizagem. A área de desempenho acadêmico mais acometida foi a matemática, em seguida a leitura e, por último, a escrita. O padrão (ou o tipo) de dificuldade de aprendizagem mais encontrado foi o de acometimento de múltiplos domínios acadêmicos. Entretanto, diversos foram os instrumentos utilizados pelos pesquisadores na identificação e mensuração das dificuldades de aprendizagem. A ausência de uniformidade no diagnóstico das dificuldades de aprendizagem e outros problemas metodológicos como desenhos de estudo e grupos controle inadequados, pequenos tamanhos amostrais, elevado percentual de perdas de seguimento e as diferentes considerações atribuídas aos fatores clínicos e ambientais dificultaram a verdadeira estimativa do efeito de nascer com muito baixo peso nas dificuldades de aprendizagem. Mais estudos prospectivos elaborados e executados sistematicamente se fazem necessários, preferencialmente multicêntricos nacionais e internacionais, para que incapacidades do desenvolvimento como as dificuldades de aprendizagem possam ser acuradamente estimadas e intervenções possam ser feitas que beneficiem os escolares de muito baixo peso nascer, suas famílias e a sociedade.

Fonte:Revista de Pediatria SOPERJ – Ano 7 – nº 1 (SUPLEMENTO – VII CONSOPERJ) – Abril de 2006