Pediatras analisam os Transtornos Somatoformes, uma doença de difícil identificação
Seu filho reclama de dores ou enjôos ou perdeu o apetite. E os exames físicos não apresentam qualquer motivo para esses sintomas. Esses são quadros típicos de transtornos somatoformes, uma doença que persiste apesar dos transtornos físicos presentes não explicarem nem a natureza e a extensão dos sintomas, nem o sofrimento e as preocupações do paciente. “O corpo é o palco das nossas emoções e se não tivermos a capacidade de elaborar mentalmente os nossos problemas, as questões psicológicas não resolvidas vão se manifestar por meio de sintomas físicos”, explica o psiquiatra Roberto Santoro, membro do Comitê de Saúde Mental da Sociedade de Pediatria do Estado do Rio de Janeiro (SOPERJ).
Os transtornos somatoformes serão um dos temas de debate da mesa redonda “Saúde Mental”, prevista para o próximo dia 12 de outubro, durante o XII Congresso de Pediatria (CONSOPERJ), organizado pela Sociedade de Pediatria do Estado do Rio de Janeiro (SOPERJ). Depressão e suicídio na infância também serão outros assuntos discutidos.
É importante salientar que as pessoas com transtornos somatoformes não fingem os sintomas. E são necessários muitos exames para descartar outras causas possíveis antes de diagnosticar o transtorno. Em razão disso, o diagnóstico algumas vezes gera frustração nos pacientes pois não surge uma explicação conhecida para os sintomas.
Existem vários tipos de transtornos somatoformes: Transtorno de somatização (Síndrome de Briquet), mais comum a pacientes com mais de 30 anos; Transtorno somatoforme indiferenciado, quando o paciente tem dores físicas por mais de 6 meses sem qualquer motivo explicável (isso pode gerar o medo de o paciente ter uma doença grave, o que gera a Hipocondria); Transtorno dismórfico corporal, quando o paciente tem obsessão ou exagero com uma característica da aparência (formato dos olhos, nariz ou até mesmo a cor dos cabelos); Transtorno de conversão, quando o paciente apresenta sintomas neurológicos que não podem ser rastreados por uma causa médica (paralisia, cegueira ou perda de audição).
O XII CONSOPERJ será de 10 a 12 de outubro no Centro de Convenções Sul-América, no Centro do Rio de Janeiro. Este ano o tema central será “Emergência”, e entre conferências, mesas redondas, painéis e fóruns, o evento terá cerca de 60 atividades. Segundo a presidente da SOPERJ, Isabel Rey Madeira, “o objetivo nesse XII CONSOPERJ é de nacionalizar o congresso, trazendo pediatras de outros estados. Além do tema central, Emergência, vamos abordar atualizações em temas clássicos de Pediatria, tradicionalmente uma marca do CONSOPERJ. E teremos como novidade seções interativas e as clássicas exposições de pôsteres e temas livres, com oportunidade para a troca de saberes”.