SOCIEDADE DE PEDIATRIA DO ESTADO DO RIO FESTEJA SUCESSO DO CONSOPERJ

Evento reúne 1,5 mil pediatras e especialistas de vários setores da sociedade

 

Foram 3 dias de conferências, mesas redondas, painéis e fóruns, cerca de 60 atividades reunindo pediatras, médicos de outras especialidades, profissionais da área de saúde e representantes de diversos setores da sociedade. Em resumo, assim foi a 12ª edição do Congresso de Pediatria do Estado do Rio de Janeiro, realizado entre os dias 10 e 12 de outubro, no Centro de Convenções Sul-América. Com o tema “Emergências em Pediatria”, o XII CONSOPERJ contou com a participação de pediatras de todo o país, numa iniciativa inédita da Sociedade de Pediatria do Estado do Rio de Janeiro (SOPERJ).

  “O objetivo nesse XII CONSOPERJ foi de nacionalizar o evento, trazendo pediatras de outros estados. Nosso congresso já é tradicional, acontece a cada dois anos, sempre intercalando com o Nacional, organizado pela Sociedade Brasileira de Pediatria. É uma experiência que fizemos e que, creio, foi de utilidade para pediatras de todos o país, pois oferecemos uma série de cursos, como de Reanimação Neonatal, que contou com a presença de colegas de Portugal também”, ressalta a presidente da SOPERJ. 

“Também oferecemos um Curso de Primeiro Atendimento à Criança Vítima de Trauma, organizado pelo grupo do Curso de Suporte de Vida Avançado em Pediatria (PALS), que é chancelado pela SBP e pela Academia Americana de Pediatria. Foi um curso prático, mas importante pois um dos objetivos da SOPERJ é sempre promover a educação continuada dos pediatras. E não podemos esquecer da novidade desse ano, que foram as seções interativas e as visitas comentadas aos pôsteres e temas livres, com oportunidade para a troca de saberes”, complementa a Dra. Isabel Rey Madeira.

Vice-presidente da SOPERJ e integrante da Comissão Organizadora, Dra. Anna Tereza Soares de Moura ressalta que a presença de outros especialistas e de representantes de setores de toda a sociedade ampliou o alcance do XII CONSOPERJ. 

“Promovemos debate sobre doenças mais prevalentes, que acometem as crianças e os adolescentes, numa abordagem ampla envolvendo diversos setores da sociedade. Procuramos provocar uma reflexão sobre a saúde da criança de maneira mais aberta, provocando a responsabilidade de outros especialistas e de nossos governantes, pois não adianta o pediatra trabalhar sozinho, sem o apoio de políticas governamentais indutoras e a participação da sociedade civil organizada, objetivando o bem estar de nossas crianças e adolescentes”, diz Anna Tereza.

“Vário temas foram abordados como obesidade, zika, violência e discutimos a importância do pediatra, o médico que tem muita proximidade com a família, e se preocupa com o ambiente e a escola em que a criança está inserida. E nesse CONSOPERJ, promovemos ainda um fórum sobre meio-ambiente, com profissionais de outras áreas que se preocupam com o bem-estar da criança. Afinal, saúde não é só uma questão médica”, ressalta a vice-presidente da SOPERJ.

O ex-presidente da SOPERJ, Edson Ferreira Liberal, foi o palestrante da conferência de abertura, com o tema “A família e o pediatra”. O CONSOPERJ contou com as presenças da pediatra Maria Ângela Wanderley Rocha, de Pernambuco, que apresentou uma palestra com o tema “Zika – a clínica, do feto à adolescência”. 

“Esse é um tema importante, pois não se trata apenas de uma questão emergencial, mas prevalente”, comenta Isabel Rey Madeira. “O vírus transformou a emergência com essas crianças em uma questão crônica que compromete o desenvolvimento delas”, diz a presidente da SOPERJ. “Além desse tema, tratamos também de outros assuntos que não são emergências, mas sim emergentes, atuais, como bullying e cyberbullying, nos quais o pediatra precisa estar atualizado e com orientações a respeito, esclarecido. Ele precisa estar atualizado para detectar o problema e fazer a prevenção junto à família. Isso sem contar as questões envolvendo drogas, uso de medicamentos, saúde mental e até suicídio”, complementa. 

Entre outros temas de destaque, o XII CONSOPERJ abordou questões como febre; o atendimento do adolescente vítima de violência na emergência; aleitamento materno; reumatologia; infecção urinária; tuberculose; hipertensão arterial; emergências neonatais; gastroenterologia; hemorragia digestiva; cardiologia; genética, dermatologia; ortopedia; novo calendário de vacinação; a importância do diagnóstico precoce do câncer; as doenças sexualmente transmissíveis na adolescência; urgências de otorrinolaringologia e oftalmologia; alergia e saúde mental.

“Acreditamos ter tratado de uma ampla gama de temas que dizem respeito a nossas crianças e adolescentes”, analisa a presidente da SOPERJ. “E ainda promovemos um fórum, com o tema “Ética e Valorização Profissional”, em que foram discutidas as consequências da exclusão do pediatra na Atenção Primária e as questões ligadas à Saúde Suplementar. Afinal, temos pediatras suficientes para ocupar todos os postos existentes no Estado do Rio e, posso mesmo dizer, no Brasil. Discutimos a necessidade do entendimento da Secretaria Estadual de Saúde, no que se refere à presença de um pediatra de referência nos núcleos de apoio às equipes do Programa de Saúde da Família. Além disso é preciso entender a defasagem salarial para aqueles que escolhem trabalhar no serviço público. O jovem que se forma atualmente vem com outra visão e outros mercados de trabalho. Em razão disso, surge este discurso de que faltam pediatras no País. Mas ele é uma distorção da realidade e esperamos, a partir dessa discussão, buscar novos caminhos para o exercício da nossa especialidade com uma remuneração mais condizente com a formação, e a ocupação destes postos de trabalhos que cabem ao pediatra”, finaliza Isabel Rey Madeira.