SOPERJ promove ato de alerta sobre desaparecimento de crianças

A Sociedade de Pediatria do Estado do Rio de Janeiro (SOPERJ), juntamente com o Conselho Federal de Medicina (CFM), o Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (CREMERJ), a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e a Sociedade Médica do Rio de Janeiro (SOMERJ), promoveu, no último domingo, dia 11 de março, na orla de Copacabana, uma manifestação para maior conscientização da população sobre o desaparecimento de crianças. O evento contou com a participação da Fundação para a Infância e Adolescência (FIA). A atividade faz parte da Semana de Mobilização Nacional para Busca e Defesa da Criança Desaparecida, que acontecerá em todo o mundo.
 

Segundo Sidnei Ferreira, do CFM, o Brasil tem 250 mil crianças desaparecidas. Diretor do Conselho, ele esclarece que só em um ano foram 50 mil. No Rio de Janeiro, há registro de 30 mil pessoas desaparecidas neste mesmo período, sendo 40 por cento deste total, crianças e adolescentes.
 

Para a presidente da SOPERJ, Isabel Rey Madeira, é preciso chamar a atenção "para essa situação muito grave. O médico pediatra tem grande importância nessa questão porque é este profissional que acaba tomando conhecimento não só da saúde da criança. Como ele está envolvido com todos os aspectos, isso acaba chegando pra ele também, seja no consultório ou nas outras instituições onde atua”.
 

Isabel Rey Madeira acha que é importante colocar a SOPERJ como parceira em ações como esta, não somente na prevenção. “É preciso divulgar que esse problema existe e está muito próximo de nós. E, como médicos, temos condições de fazer com que esse problema apareça mais e, desta forma, outras áreas como justiça ou entidades sociais, poderão, além de atuar, estar mais mobilizadas para a questão".
 

O ato promovido buscou mobilizar a população e chamar a atenção para este drama que afeta milhares de famílias em todo o País. Entre as reivindicações das entidades estão: a necessidade de que o Cadastro Nacional de Desaparecimentos realmente funcione; a notificação de todos os boletins de ocorrência com registro de desaparecimento de crianças e adolescentes seja obrigatoriamente feita junto ao Ministério da Justiça; e a imediata criação de uma carteira de identidade unificada.

Sidnei Ferreira disse, ainda, que não é preciso esperar 48 horas para que comecem a busca pela criança ou adolescente desaparecido. “É para começar a busca na hora em que for notificado o desaparecimento, pois muitas dessas crianças vão parar em trabalho escravo, adoção ilegal e exploração sexual de menores”, concluiu o diretor do CFM.

Como evitar o desaparecimento

• Desde cedo, ensine à criança o nome completo e o telefone dos responsáveis.
• Faça, o quanto antes, a carteira de identidade da criança.
• Oriente a criança a não dar informações a qualquer estranho que se aproxime.
• Ensine a criança a não aceitar alimento, falar ou sair com estranhos ou pessoas não autorizadas.
• Converse com seu filho, procure conhecer os amigos dele e saber com quem ele fala.
• Fique atento ao que o adolescente e a criança fazem na internet.
• Não deixe uma criança pequena brincar na rua sem a supervisão de um adulto.
• Acompanhe sempre a vida de seu filho.

Como proceder após o desaparecimento

• Denuncie imediatamente o desaparecimento à polícia e faça o boletim de ocorrência.
• Divulgue, o mais rápido, uma foto recente nas redes sociais, nas televisões e nos jornais.
• Procure o Conselho Tutelar de sua cidade.
• Disque 100. A ligação é gratuita.