SOPERJ reúne pediatras e esclarece dúvidas sobre Chikungunya

Mais de 15 mil casos notificados até novembro passado, com dez óbitos. Número alarmante de pessoas infectadas pelo vírus Chikungunya, que fez com que a Sociedade de Pediatria do Estado do Rio de Janeiro (SOPERJ) promovesse um encontro de pediatras com o subsecretário de Vigilância em Saúde da Secretaria Estadual de Saúde, Alexandre Chieppe. Para a presidente da SOPERJ, Isabel Rey Madeira, o evento proporcionou aprendizado fundamental para que médicos pediatras façam um diagnóstico correto e imediato. “O encontro teve seu número de vagas preenchido e foi um sucesso. As conferências foram muito esclarecedoras e abordaram características da epidemia atual, da clínica da doença e do manejo da epidemia e dos casos”, diz a Dra. Isabel, preocupada com a curva ascendente no número de pessoas infectadas.

 Cerca de 60 pediatras assistiram à palestra de Chieppe e a outras duas, importantes para o momento de crise que o estado atravessa: da presidente do Comitê de Infectologia da SOPERJ, Tania Petraglia, sobre as manifestações clínicas nas crianças; e da presidente do Comitê de Reumatologia da SOPERJ, Cynthia França, sobre as manifestações osteoarticulares da chikungunya nas crianças. 

Chieppe orientou os pediatras sobre a doença que, segundo autoridades em saúde do Município do Rio de Janeiro, “ameaça atingir metade da população carioca”. O subsecretário esclareceu que a recomendação para qualquer paciente com sintomas de chikungunya é para que seja atendido preferencialmente nas unidades básicas de saúde.

 Em sua palestra, Chieppe destacou as diferenças entre dengue, chikungunya e zika. Os sintomas de dengue são febre alta, dor no corpo e atrás dos olhos, fraqueza e vômitos; da chikungunya, dores e inchaços nas articulações dos pés, mãos, tornozelos e pulsos; e zika, manchas vermelhas na pele, coceira, febre leve, dores musculares ou nas articulações.

 “Estamos diante de uma doença muito nova em que os profissionais de saúde, de uma certa forma, não tem vivência para fazer um diagnóstico e acompanhamento adequado dessas pessoas. Para que a gente diminua a morbidade e a mortalidade da doença é importante que os profissionais de saúde possam reconhecê-la, inclusive nas suas formas atípicas e, principalmente, conhecer o manejo adequado dessas pessoas, considerando que a dor às vezes é incapacitante para elas. Uma vez o vírus chegando com maior intensidade, é necessário que estejamos preparados para atender de forma adequada”, concluiu Alexandre Chieppe.

Segundo Isabel Rey Madeira, presidente da SOPERJ, no encontro "os pediatras puderam esclarecer todas as dúvidas que tinham sobre o acometimento de crianças e adolescentes, com destaque para o quadro clínico e o tratamento, assunto que foi amplamente abordado com profissionais experientes e altamente capacitados". Ela esclarece que a SOPERJ é uma instituição que tem como uma de suas missões a educação continuada, e que tem privilegiado a discussão de temas atuais e de impacto na saúde das crianças, com enfoque também em saúde pública. “E com a realização desse encontro, cumpriu mais uma vez seu papel”, finaliza a presidente da SOPERJ.